quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ex-dançarina do É o Tchan vira pastora e procura fíeis para a igreja

As roupas curtas e justas deram lugar a saias compostas e camisetas discretas. A dança agitada e cheia de insinuações virou uma performance contida, em clima de "adoração". Assim como algumas outras personalidades da música, a ex-dançarina do É o Tchan Débora Brasil teve a música gospel como destino - a "missão" se dedica desde 2007.

Primeira dançarina do grupo, então chamado de "Gera Samba", Débora Brasil foi pioneira nos passinhos que conquistaram toda uma geração. Ao lado de Carla Perez, a morena do Tchan inspirou crianças e adolescentes ao som da mais famosa banda de pagode brasileira, liderada por Cumpadre Washington e Beto Jamaica - com quem, inclusive, teve um relacionamento de 5 anos. "Saí do É o Tchan e continuei com Beto. Na banda "Dengo de Mulher", que criei depois de sair do grupo, tive muita ajuda dele. Mas depois de 2 anos, foi cada um pro seu lado. Não deu certo", diz.

A saída aconteceu em 1996, e o desapego ao "É o Tchan" e aos holofotes não foi tão fácil. Primeiro, Débora tentou carreira solo, e chegou a dançar e cantar em alguns carnavais pelo país. A persistência, no entanto, se transformou em frustração: depressiva e com seu nome envolvido em escândalos - a exemplo da macumba que teria realizado para a ex companheira de grupo - a morena só conseguiu retomar seus projetos depois de se converter na igreja "Missão Mundial do Trono de Deus", de onde hoje é missionária. "Minha saída do Tchan não foi uma troca direcionada a musica gospel, vim pra igreja num momento muito difícil e através dessa minha entrada, comecei a cantar dentro da igreja, depois de uns 4 anos" diz. "Foi quando descobri que o que eu fazia no mundo, também tinha liberdade de fazer direcionada à Deus. Deus me deu o dom e eu estou devolvendo em forma de música".

Débora vê a época de dançarina como um ciclo que foi cumprido. Hoje, ao se considerar uma "pessoa melhor", diz não se arrepender do tempo em que dividiu os palcos com Beto, Cumpadre Whashington, Jacaré e Carla Perez. "Não me arrependo, de forma nenhuma, dos tempos de Tchan. Hoje eu sou uma nova criatura, vivo o melhor de Deus. Não me importo que me julguem, que me apontem. Deus que é soberano, só Ele compreende todas coisas". Sobre Carla, e os boatos que envolvem os nomes das duas, Débora nega qualquer resquício de rivalidade que perdure até os dias atuais."Eu e a Carla somos amigas, companheiras. Tudo que aconteceu no passado, ficou no passado. Nos falamos essa semana, foi o aniversário dela e meu também. Como ela também é evangélica, nossa relação é ainda melhor", contou.

Dias atuais
Com 41 anos, morando em Salvador e "aguardando providência divina" quando o assunto é amor, Débora viaja pelo Brasil em busca de novos adeptos à igreja que frequenta. Recentemente, a missionária gravou um DVD ao lado de outros cantores gospel, que por sinal, também são proveniente da música "profana" baiana. "Participei do projeto de Ivan Dias (ex- Laranja Mecânica). Em seu DVD, vários outros nomes da música baiana estiveram, como Lázaro (ex Olodum), Ícaro Dias, Julinho (ex-banda Reflexus) e Silvinho do Acordeon." conta, sobre gravação que aconteceu no dia 10 de setembro em Salvador. A mensagem que Débora deixa para as atuais dançarinas e até para os fãs do grupo é: "Aquele tempo passou. O dinheiro, a fama e o sucesso também passam. A glória de Deus fica", depõe.

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